sexta-feira, 12 de abril de 2013

PARTO: Por que não esperar a hora certa?

Já tem uns dias que algo me perturba para que eu faleu sobre o parto do Pedro e tudo o que envolve fazer ou não uma cesariana. Acho que já adiei o suficiente. Então, vamos lá!
Desde que recebi o "positivo", pensei: parto normal, claro. Eu cresci achando que era a coisa mais natural do mundo (e é), isso porque minha avó pariu 13 filhos, 12 deles em casa e minha mãe pariu eu e meu irmão. Por que comigo seria diferente? Quando eu defendia o parto normal, quase todas as pessoas diziam: mas tu vais aguentar a dor? Gente, por que não? Não foi assim que nós nascemos? E segui com minha ideia de parir naturalmente, não precisava ser em casa, com a família, os amigos, os vizinhos, os gatos e cachorros, mas eu queria parir.
Eu fiz o pré-natal com dois ginecologistas, um da rede pública e uma particular. Ele me apoiou com a ideia do parto normal. Ela nem tanto. Ele sempre disse que me acompanharia, mas que "parto normal é a cesárea". E falava isso com tanta certeza, que me convenceu. Eu tinha medo, quem não tem? Muitas pessoas aumentam esse medo, medo da dor, medo de "não ter passagem", medo de passar da hora, medo de passar por todo o "sofrimento" que muitas mães relataram e não conseguir e todas aqueles medo que as grávidas costumam sentir.
Quando eu estava lá pelas 36 semanas, minha médica chega com a notícia de que viajaria na semana que provavelmente o Pedro nasceria(primeira semana de julho), era uma viagem de uns 10 dias. Aí, minha gente, eu fiquei desesperada! Por mais que ela fosse a favor da cesariana, eu tinha total confiança nela e não queria arriscar ter que passar por tudo com um outro médico qualquer de plantão e nem voltar pro primeiro médico e encarar todos os maus tratos da rede pública...
Lá fui eu, pra minha possível última consulta com 38 semanas, terça-feira, 28 de junho, morrendo de sono porque tinha saído pra comemorar o meu aniversário na noite anterior. Cheguei lá, não sentia nada de dores, nunca soube o que é uma contração. Ela fez o toque e disse que não  havia sinal nenhum, mas que a partir dali eu poderia parir a qualquer momento e deixou a decisão nas minhas mãos. Eu senti um medo tão grande. Mais uma vez, todos aqueles medos. Ela me pergunta se poderíamos marcar o data... Ai que medo. Gente, MARCAR a data? Como assim? Eu estava assustada, nervosa, ansiosa, louca pra ver a carinha do meu filho. É, vamos marcar. Sábado, 2 de julho. Saí daquele hospital roxa, azul, verde. Nervosa.
À tarde, ela me ligou pedindo pra fazer um dia antes: sexta, 1º de julho. Bom, se é pra escolher, escolhemos um dia ímpar, eu até prefiro.
Quinta à noite ela me ligou novamente: nada de dores? Nada. Vai fazer mesmo? Vou fazer mesmo. Acho que nem dormir. Estava nervoooosa. "Acordamos", tomamos banho, tomaram café e lá fomos nós, eu, o Pedro, o papai, a vovó paterna, a bisa, depois chegaram vovó e tiavó maternas. Tralhas, muitas tralhas. Arruma o quarto. Espera. Espera . Parecia que eu nunca seria chamada. Acho que o centro cirúrgico estava cheio, o consultório estava cheio. Afinal, a doutora ia viajar... Enfim, fui levada pra preparação, não precisei fazer a tal lavagem, graças a Deus, hahaha. Fiquei numa sala de espera, fui levada pro centro cirúrgico antes da hora e tive que voltar a esperar. Depois de uns quarenta minutos esperando sozinha, lá fui eu levada pro abatedouro, opa centro cirúrgico. Eu preciso falar desse centro cirúrgico. Eu só entrei em um lugar desses quando era bem pequena, então não lembro de nada. Um lugar frio, MUUUITO FRIO, tanto que meu queixo não parou de tremer, com uma luz forte em direção à barriga, aqueles médicos contandos suas histórias commo se estivessem sentados numa mesa de bar, meus braços tão abertos que os ombros doíam mais que tudo...
Voltando ao parto, já anestesiada o papai que estava lá fora, foi chamado. Fiquei um pouco mais calma. O papai surpreendeu a todos e conseguiu gravar todo o parto! Eu só sentia aquele mexe pra lá, mexe pra cá na barriga. De repente, a médica diz:" Magrinha, onde é que tu escondeu esse menino?"(porque minha barriga era muuuito pequena e ele nasceu grandão) e escuto o choro. Eu que já chorava desde o início, me acabei de chorar, um choro aliviado de ter sido tudo tranquilo, do Pedro ter nascido saudável. Aí, por 5 segundos a  pediatra deixou que eu olhasse o Pedro e lá vai meu Pedro Henrique embora nos braços de uma médica, se pelo menos fosse do pai... Não era pra ele mamar, gente? Fiquei triste chateada. O Clecius estava tão nervoso que fez vídeo, em vez de foto. A foto que eu tenho desse momento, teve que ser feita a partir do vídeo. Eu fui costurada e fiquei numa sala de espera, entre o centro cirúrgico e a pediatria. O Pedro chorava lá e chorava cá. Uma enfermeira enfim chegou perto de mim e perguntou se eu queria ficar um pouco com ele e eu fiz que sim com a cabeça. Ela trouxe, mas só colocou perto de mim. Chegou a hora de ir pro quarto, a família toda lá fora. E eu chorava. Chorava. Chorava. O Pedro só chegou uns vinte minutos depois nos branços da minha sogra. Mamou. Mamou bem. Teve um probleminha na respiração e a glicemia estava um pouco baixa, creio que tenha relação com o parto  antes da hora, mas não me deram maiores explicações: É normal, foi o que disseram. À tarde, fez exames, tomou leite do banco de leite no copo e melhorou. Eu não tive nenhum problema da cirurgia. Ficamos bem...
Apesar de toda a emoção e do Pedro não ter apresentado nenhum problema grave, desde que ele nasceu eu me pergunto se fiz mesmo o correto... E eu tenho a resposta: Não. Eu errei. Tento compreender que naquele momento eu não tinha metade das leituras, informações, conhecimentos dos riscos que tenho hoje.Que eu não tinha experiência, não apenas por ser nova, mas porque muita coisa a gente só descobre depois da maternidade e, claro, depois do erro. Que eu poderia ter quem me dissesse: Não, Renata, essa não é a melhor opção. Mas o que tive foram várias pessoas dizendo que era melhor mesmo não sentir dor e todo aquele blablablá de sempre. 
Hoje, eu tenho a mesma ideia que tinha quando me descobri grávida, só que com muito mais conhecimento: quando eu tiver um segundo filho, este será parido. E desta vez, não haverá palavras de médico que me impeçam de, no mínimo, tentar. É claro que tenho consciência de que há casos em que é necessário fazer uma cesárea. Mas se tudo der certo e se um dia eu tiver um segundo filho, esforço e coragem não me faltarão...






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